sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Medo

Hoje eu estava dando aula e de repente senti um aperto grande no coração. Vim logo pra casa preocupada com Morena (minha doberman que tem estado meio adoentada ultimamente). Ela está se recuperando de uma cirurgia que eu acreditava ter corrido bem.
Ao chegar em casa, vi que ela, apesar de feliz com a minha chegada, mancava um pouco, e de um jeito que eu nunca tinha visto. E então o medo de perdê-la tomou conta de mim.
Sei que pode parecer bobo para quem não tem animais esse sentimento em relação a eles, mas eu garanto: tenho pela Morena um amor profundo, talvez porque ela seja o único ser do qual tenho certeza absoluta do seu amor.
Vocês podem perguntar sobre meu marido, minha mãe, mas esses amam e se magoam, brigam. Já Morena está sempre comigo, ao meu lado, me consolando quando estou triste, me fazendo festinhas quando estou feliz. Agora, por exemplo, enquanto escrevo este texto, ela está aqui, deitada ao lado da minha cama. Se eu me levantar, ela certamente irá atrás. Se eu for ao banheiro, ficará me esperando na porta.
Esse amor e devoção incondicionais nada nem ninguém no mundo além dela me demonstrará. E tudo o que eu mais queria na minha vida hoje era vê-la bem, curada, correndo atrás dos pombos e latindo pra qualquer ser que passasse lá fora.
Morena está envelhecendo, e eu queria que ela vivesse mais, fosse mais feliz, conhecesse meus filhos, mas estou com um medo danado de que isso não aconteça.
Se alguém ler esse texto, reze ou ore por ela. E por mim. Por nós.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sonhos

Quando eu era criança, sempre ouvia que "todos os nossos sonhos seriam realizados". Eu acreditava nisso, mas achava que nem tudo poderia ser considerado sonho, senão Deus seria bonzinho demais. Então eu escolhia aqueles desejos mais difíceis e os enquadrava na categoria "sonho".
Durante muito tempo, o meu maior sonho (e que eu tinha certeza de que seria realizado um dia) era que meus pais voltassem a viver juntos. Eu sempre quis uma família como a que vemos nos livros didáticos e nos comerciais de TV. Isso nunca aconteceu. Cresci, e vi que nem todos os sonhos são sequer realizáveis.
Hoje, tenho sonhos mais prosaicos: terminar o Mestrado (que é o meu carma!), ter um filho, ter controle sobre a minha vida financeira e ver quem eu amo feliz. Ainda guardo um sonho bobo, infantil, que é morar na zona sul do RJ. A única diferença é que sei que nem todos os meus sonhos serão realizados. E eu já deveria saber lidar com isso. Será que algum dia aprendo?